terça-feira, 14 de outubro de 2014

O uso da internet na educação



O USO DA INTERNET NA EDUCAÇÃO
Fabíola Magda Andrade Ventavoli

Sumário

A internet é um meio eficaz e qualitativo de apresentação de uma proposta didática e de uma metodologia eficaz no ensino e aprendizagem de alunos, feita por meio da construção do conhecimento, do ensino e aprendizagem.
Tal conhecimento se dá de várias formas dentro de quatro modalidades de navegação: orientada e problematizada, linear e aleatória, por meio de uma pedagogia voltada a projetos e por abordagens em forma de hipertextos.
É a mais promissora mídia desde o surgimento e implantação da televisão, pois o espaço geográfico é inexistente.
”A comunicação se dá com pessoas conhecidas e desconhecidas, próximas e distantes, interagindo esporádica ou sistematicamente”. Moran. Ci. Inf. v. 26 n. 2 Brasilia May/Aug. 1997.
A educação tradicional e presencial passa por mudanças significativas, a comunicação e a aprendizagem independem do espaço físico, dependendo somente dos recursos tecnológicos e das habilidades e competência para seu uso.
Encontramos diversas aplicações para o uso na educação: divulgação, pesquisa, apoio ao ensino e a comunicação, interatividade, ambiente colaborativo, estimulação do trabalho em grupo.
Surge como proposta e como base para uma nova linguagem, proporcionando a construção e a aquisição do conhecimento e como uma nova ferramenta aliada ao trabalho do professor, um meio didático nos vários níveis de ensino.

Palavras-chave: Internet - Educação – construção do conhecimento.

1 – INTERNET
Pode ser definida como um agrupamento de redes em escala mundial de milhões de computadores interligados entre si e que permite o acesso a informações e todo tipo de transferência de dados.
“Ela carrega uma ampla variedade de recursos e serviços, incluindo os documentos interligados por meio de hiperligações da World Wide Web (Rede de Alcance Mundial), e a infraestrutura para suportar correio eletrônico e serviços como comunicação instantânea e compartilhamento de arquivos.
De acordo com a Internet World Stats, 1,96 bilhão de pessoas tinham acesso à Internet em junho de 2010, o que representa 28,7% da população mundial.
Segundo a pesquisa, a Europa detinha quase 420 milhões de usuários, mais da metade da população. Mais de 60% da população da Oceania tem o acesso à Internet, mas esse percentual é reduzido para 6,8% na África.
Na América Latina e Caribe, um pouco mais de 200 milhões de pessoas têm acesso à Internet (de acordo com dados de junho de 2010), sendo que quase 76 milhões são brasileiros”.

Pode ser caracterizada ainda como um agrupamento complexo de informações audiovisuais e textuais, uma rede mundial de computadores interligados ou conectados entre si, oferecendo a interação dos usuários e o acumulo de informações e conhecimento – uma grande biblioteca com diversos conteúdos educacionais.
Não apenas inova textos e os modos de apresentação e leitura, como também propõe novos gêneros de textos e modalidades de leitura, revolucionando a interação de quem escreve com quem lê ou vice-versa, propõe possibilidades infinitas de compreensão da escrita, da linguagem e da coleta de informações.
Snyder (2002) descreve a internet como um labirinto, espaço de interações, de caminhos certos e incertos em meio ao conhecimento disperso no espaço virtual.
Não existe a distância no aspecto geográfico e sim apenas diferentes formas de sentir e pensar, a cultura, o acesso e o domínio das tecnologias da informação e comunicação.

2 – INTERNET E A EDUCAÇÃO
Atualmente está presente na educação, por meio de práticas pedagógicas como divulgações, pesquisas, leitura de textos, livros, revistas, visualização de vídeos e imagens.
Surge como proposta e base para uma nova linguagem, proporcionando a construção e a aquisição do conhecimento e como uma nova ferramenta aliada ao trabalho do professor, um meio didático nos vários níveis de ensino.
Esta proposta deve estar bem relacionada e fazer parte de projetos pré-estabelecidos pelo professor, levando em consideração estratégias de navegação embasadas na investigação, na problematização, focando sempre os níveis máximos de interação entre os sujeitos, pois é por este meio que a construção do conhecimento e das experiências adquiridas poderão ser reestruturas e assimiladas pelo individuo, aguçando os sentidos e o trabalho coletivo.
Como meio didático, está relacionada à abordagem de novos modelos de construção do conhecimento, de linguagens de comunicação, cognição e informação, focando a interação.
Cabe ao professor se atualizar constantemente de forma que possa fazer múltiplas interpretações da realidade, ser um novo tipo de profissional de ensino, não sendo mero reprodutor de conteúdos, mas sim voltado ao uso das novas tecnologias.
A interação no processo educativo amplia a comunicação entre o professor e o aluno, o intercambio cultural e educacional.
O ato de educar quebra barreiras, fronteiras, removendo o isolamento da sala de aula, motivando a autonomia da aprendizagem em seu próprio ritmo.
A educação assume um caráter coletivo e acessível a todos, destacando e inovando as maneiras de como esses computadores serão utilizados: criatividade e inovação.
Sua utilização leva a acreditar em uma dimensão qualitativa para o ensino, voltado à cooperação, a um ambiente atrativo capaz de induzir a auto-aprendizagem. O processo educativo se torna dinâmico, e o centro deste processo deve ser o aluno e não a máquina.
“As novas tecnologias aos processos e atividades educativos é algo que pode significar dinamismo, promoção de novos e constantes conhecimentos, e mais que tudo, o prazer do estudar, do aprender, criando e recriando, promovendo a verdadeira aprendizagem e renascimento constante do indivíduo, ao proporcionar uma interatividade real e bem mais verdadeira, burlando as distâncias territoriais e materiais. Significa impulsionar o aluno, enfim, o sujeito a se desfazer da pessoa da passividade”.

3 - ABORDAGEM METODOLÓGICA
"A Internet nos ajuda, mas ela sozinha não dá conta da complexidade do aprender. Não modifica, sozinha, o processo de ensinar e aprender, mas a atitude básica pessoal e institucional diante da vida, do mundo, de si mesmo e do outro”. José Manuel Moran.

A internet é encarada pela maioria dos professores como uma espécie de livro eletrônico, onde não é preciso se deslocar do seu ambiente e nem tão pouco foliar livros, basta apenas digitar uma palavra, escolher o texto com criticidade e imprimi-la.
É vista como aliada da comunicação entre professores e alunos, unindo leitura e escrita, imagens, flexibilidade e interação, integrando um contexto de mudanças estruturais em todos os processos educacionais, vivenciando novas formas de comunicação interpessoal e grupal.
É importante enfatizar que seu uso requer uma orientação, visto que muitos alunos se perdem, tem dificuldades em selecionar conteúdos significativos, ou até mesmo questionar a problemática de questões que a envolvem, além disso, deve haver também o domínio dos recursos tecnológicos – mídias digitais.
O professor deve estabelecer uma relação macrocognitiva com os conhecimentos oferecidos pelo uso da internet, seja por meio de pesquisas prévias de conteúdos, estudo dos conteúdos, seleção de sites e elaboração os questionamentos pertinentes a tais conteúdos, de modo que o aluno, além da busca simples, possa atingir estágios mais avançados de leitura contextualizada, da motivação da compreensão e da resolução de problemas, a dinâmica da pesquisa é orientada a interação de conteúdos e não a outro tipo de abordagem.
Segundo Moran, a questão fundamental prevalece sendo "interação humana", de forma colaborativa, entre alunos e professores. Ao professor cabem dois papéis: "ajudar na aprendizagem de conteúdos e ser um elo para uma compreensão maior da vida". Se o horizonte é o mesmo, os ventos mudaram de direção. É preciso ajustar as velas e olhar mais uma vez a bússola. A novidade é que "hoje temos a possibilidade de os alunos participarem de ambientes virtuais de aprendizagem". O grande desafio é "motivá-los a continuar aprendendo quando não estão em sala de aula". “Integrar a Internet com as outras tecnologias na educação - vídeo, televisão, jornal, computador. Integrar o mais avançado com as técnicas convencionais, integrar o humano e o tecnológico, dentro de uma visão pedagógica nova, criativa, aberta”.
Alguns projetos pedagógicos envolvidos pela internet são abordados livremente pelos alunos em função da investigação da problemática ou mesmo da inserção de conteúdos por meio de novos documentos incentivando os alunos a dominarem as ferramentas computacionais consideradas como vitais.
É uma concepção do aprender de forma cooperativa, colaborativa e de interação e não competitiva.
Segundo Santos, os conteúdos disponibilizados por meio da internet estão sendo apreendidos e trabalhados em sala de aula de acordo com as seguintes tipologias:
• por meio de pesquisa aleatória e linear;
• por meio de pesquisa orientada e problematizada
• por meio de pedagogia de projetos;
• por meio de abordagens de construção de hipertextos.
A participação dos alunos no ambiente virtual de aprendizagem deve ter referencia nos conteúdos abordados em sala de aula, e que na prática esse aluno possa assumir um papel não inerte em relação as suas potencialidades de aprendizagem, entre os quais temos:
• Estimulo a leitura e escrita: por pesquisa a conteúdos – leitura e escrita;
• Diminuição da diferenças culturais: é possível interagir com culturas diferentes, sem a necessidade de deslocar do espaço físico;
• Educação continuada: com a imensidão de informações e conhecimentos, o individuo poderá se aprofundar em várias área do conhecimento.
O processo de aprendizagem começa na escola e continua fora dela através de softwares de gerenciamento de ambientes virtuais: chats, fóruns, blogs entre outros.

4 – SOFTWARES DE APOIO
Há uma série de softwares para estes fins didáticos como:
LearnLoop é um projeto desenvolvido no The Viktoria Institute e The Council For IT use at the Gothenburg Business School em Gothenburg, Suécia, por Daniel Önnerby, Per Åsberg and Britt Klintenberg. Este projeto encontra-se em desenvolvimento pela comunidade, sob licença GNU (GPL), pois é Open Source, ou seja, seu código fonte é disponibilizado para que se possa ser modificado. A adaptação e tradução do código para o português para os cursos da Universidade Virtual Pública do Brasil – UniRede vem sendo conduzido pelo Prof. João Dovicchi e a equipe de tecnologia para EAD do Núcleo Avançado de Computação Sônica e Multimídia - NACSM da Universidade Federal de Uberlândia – UFU.
LearningSpace Forum foi desenvolvido pela Lótus – IBM com base no ambiente de groupware do Lotus Notes/Domino. Esse ambiente pressupõe o apoio a atividades assíncronas, propiciando o trabalho colaborativo entre equipes com múltiplos níveis de comunicação. Outra característica é a facilidade de desenvolvimento de cursos, sendo que para isso não há a necessidade de conhecimento em programação, possui ainda uma interface com a internet onde facilita a participação dos alunos nos cursos e permite aos instrutores criar seu conteúdo.
FirstClass Colaborative Classroom (FCCC) é um produto criado pela Centrinity para apoiar a conferência via computador, reunindo as tecnologias do correio eletrônico e das listas de discussão, funciona em equipamentos simples. É possível organizar as mensagens, informações e leituras dentro de arquivos ou conferências, além disso, as permissões também podem ser estabelecidas, determinando quais grupos podem escrever ler e editar documentos nas conferências.
TeamWave Workplace, foi projetado para apoiar comunidades virtuais, onde seus membros acessam suas comunidades diretamente ou através do portal principal, permitindo a criação e manipulação dos espaços virtuais da comunidade, este espaço pode atender a uma série de necessidades, desde arquivos até bibliotecas.
Através da internet é possível, estabelecer pelos educadores um modelo mais colaborativo de aprendizagem, onde os estudantes podem interagir ativamente com o material do curso, com seu instrutor e com os demais estudantes.
WebBoard: ferramenta voltada para Web contendo fóruns e software para chat, das quais proporciona soluções para comunicação entre um número grande de comunidades. O ambiente é um recurso para a comunicação, disseminação de informações e construção de comunidades.
Eureka: baseado na Web é um ambiente de Aprendizagem Colaborativa a Distância, destinado ao estabelecimento de comunidades virtuais de estudo, como forma de promover educação e treinamento a Distância. Neste ambiente há a integração de diversas ferramentas: fóruns de discussões, chat, correio eletrônico, conteúdo, edital, estatísticas, links, participantes entre outros.
AulaNet: foi um projeto iniciado em 1997, pelo Laboratório de Engenharia de Software (LES) do Departamento de Informática da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUCRJ), onde é um ambiente cooperativo, baseado na web. Tem como objetivo a criação e assistência de cursos a Distância. Atualmente, o AulaNet conta com as versões em português (onde existe 1050 alunos e 240 professores registrados), inglês e a sua versão em espanhol onde está em desenvolvimento.
WebC: baseado na Web, esta ferramenta foi desenvolvida para permitir que educadores construa ambientes sofisticados de aprendizagem, com economia de tempo, recursos ou conhecimentos técnicos, destaca-se em suas funcionalidades o desenvolvimento do design das páginas dos cursos pelos educadores e a disponibilização de um conjunto de ferramentas educacionais para o aluno, que podem ser facilmente incorporadas em um curso. Além disso, fornece um conjunto de ferramentas que auxilia o professor na tarefa de administração de um curso.
TelEduc: foi desenvolvido por pesquisadores do Nied (Núcleo de Informática Aplicada à Educação) da Unicamp.
Através destes softwares o professor pode mediar o ambiente colaborativo, portanto, a aprendizagem, as experiências e a construção do conhecimento continuam mesmo fora da escola.
Portanto a internet tornou-se um instrumento pedagógico que ajuda na construção do conhecimento não somente para os alunos, mas também para o professor. O potencial das aulas será determinado pela teoria e pela metodologia escolhida, pois o computador por si não faz nada.

CONCLUSÃO
Através da internet encontramos um meio qualitativo e eficaz de apresentação de uma proposta didática e de uma metodologia eficaz no ensino e aprendizagem de alunos, feita por meio da construção do conhecimento, aumentando as conexões lingüísticas, relações interpessoais e o desenvolvimento de novas formas de comunicação.
Encontramos diversas aplicações para seu o uso na educação: divulgação, pesquisa, apoio ao ensino e a comunicação, interatividade, ambiente colaborativo, estimulação do trabalho em grupo
Como meio didático, está relacionada à abordagem de novos modelos de construção do conhecimento, de linguagens de comunicação, cognição e informação, focando a interação entre os sujeitos.
É importante enfatizar que seu uso requer uma orientação, visto que muitos alunos se perdem, tem dificuldades em selecionar conteúdos significativos, ou até mesmo questionar a problemática de questões que a envolvem, além disso, deve haver também o domínio dos recursos tecnológicos – mídias digitais, a parceria entre aluno-professor, participação, interação, tornando o aluno agente da construção de seu próprio conhecimento.
É essencial que o professor esteja preparado para lidar com esse novo recurso. Isso implica num maior comprometimento, desde a sua formação, estando este apto a utilizar, ter noções computacionais, compreender as noções de ensino que estão nos software utilizados estando sempre bem atualizados, deve se atualizar constantemente de forma que possa fazer múltiplas interpretações da realidade.
O processo de aprendizagem, portanto, continua fora da escola através de programas de gerenciamento de ambientes virtuais: chats, fóruns, blogs, softwares específicos para esse uso, entre outros.
Enfim, a internet traz uma revolução no ensino, mudando os paradigmas tradicionais de aprendizagem, os modos de compreensão, de comunicação e integração pessoal e tecnológica.

Bibliografia

SANTOS, Gilberto. A internet na escola fundamental: sondagem de modos de uso por professores. Disponível em < http://www.scielo.br/pdf/ep/v29n2/a08v29n2.pdf >. Acesso em 05 de out. 2011.
MORAN, José Manuel. A internet na educação. Disponível em < http://www.eca.usp.br /prof/moran/entrev.htm>. Acesso em 05 de out. 2011.
_____________________. Como utilizar a internet na educação. Disponível em < http://www.eca.usp.br /prof/moran/entrev.htm>. Acesso em 05 de out. 2011.
Wikipédia. Internet. Disponível em < http://pt.wikipedia.org/wiki/Internet#Educa.C3.A7.C3.A3o>. Acesso em 10 de out. 2011.
LÉVY, Pierre. A conexão planetária: o mercado, o ciberespaço, a consciência. 34 ed. São Paulo: [s.n.], 2001.
LITWIN, Edith. Educação a distância: temas para o debate de uma nova linguagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 2001.
LUCENA, Marisa. Um modelo de escola aberta na internet: kidlink no Brasil. Rio de Janeiro: Brasport, 1997.
LEÃO, Lúcia. O labirinto da hipermídia: arquitetura e navegação no ciberespaço. 2 ed. São Paulo: Iluminuras, 2001.
PARENTE, André. Tramas da rede: novas dimensões filosóficas, estéticas e políticas da comunicação. Porto Alegre: Sulina, 2004.

Publicado em 05/11/2013 15:11:00

Currículo(s) do(s) autor(es)

Fabíola Magda Andrade Ventavoli - (clique no nome para enviar um e-mail ao autor) - Bacharel em Ciências da Computação, Licenciada em Matemática e Computação. Pós-graduada em Psicopedagogia. Docente da Etec Francisco Garcia e da Rede Municipal de Ensino de Mococa.

Outras obras de Fabíola Magda Andrade Ventavoli

O uso dos ambientes virtuais
Inclusão Digital
Os recursos computacionais
Informática na educação
Os recursos computacionais auxiliando os deficientes visuais
A informática auxiliando os disléxicos no ensino e aprendizagem

terça-feira, 7 de outubro de 2014

O desenho animado e o preconceito

Entrevista cedida ao jornalista Rogério Borges, para o jornal O POPULAR DE GOIANIA


Desenho animado e o preconceito

1. Desenhos animados podem influenciar no comportamento ou mesmo nos valores das crianças que os assistem?

2. A senhora concorda com as advertências sobre possíveis conteúdos inadequados nesses produtos?

3. Crianças que tomam contato com situações menos confortáveis nos desenhos animados desenvolvem mecanismos de defesa em episódios similares quando estes ocorrem na vida real? Ficam mais espertas quanto a eventuais perigos?

4. Os desenhos animados têm ficado mais politicamente corretos?


1- Sim, desenho animado é uma representação gráfica da fantasia humana, o objetivo maior é o entretenimento, porém quando há identificação da criança que assiste com o personagem, ela imita seu ídolo, consomem os produtos, bonecos, adesivos, roupas, objetos, etc., os valores do personagem também são assimilados, vivenciam o “mundo” e a personalidade de seu herói, basta observar as brincadeiras, os gestos, os nomes ( a grande maioria das crianças verbaliza: eu sou ... ) e procuram agir como tal, esse não é um aspecto negativo, todos necessitamos de fantasias, cabe ao adulto responsável colocar o limite entre a realidade e o imaginário, porque na sua imaginação ela pode modificar sua vontade, usando o "faz de conta", mas quando expressa corporalmente as atividades, ela precisa respeitar a realidade concreta e as relações do mundo real, evitando acidentes, porque não podemos voar como o super-homem , o raciocínio lógico ainda não é suficiente para que ela entenda explicações coerentes a respeito de certas coisas, o poder de fantasiar ainda prepondera sobre a criança o que a faz exercitar não só sua capacidade de pensar, ou seja, representar simbolicamente suas ações, mas também, suas habilidades motoras, já que salta, corre, gira, transporta, rola, empurra, etc. Brincar é fundamental, porém a orientação do adulto deve ser uma constante, desde a mais tenra idade.
2- Se respeitarmos o publico alvo de cada desenho animado e o horário que são exibidos, as advertências são bem colocadas, pois conteúdos inapropriados são oferecidos na grande maioria de cartuns, disputas, brigas, provocações, perseguições, armadilhas, exposões, etc. A inadequação esta presente em tempo integral, porque a vida real não acontece como na fantasia exposta, são mecanismos de entretenimento para dar dinamismo à estória. Não acredito em censura, espero que os pais ou responsáveis pela criança que assiste tenham critérios apropriados à realidade que vivenciam e saibam discernir o que é melhor para seus filhos. O maior problema da atual sociedade está justamente nesta ausência de se auto-questionar e se posicionar, preferindo não reconhecer os valores que são passados no conteúdo onde somos todos expostos, e neste sentido as pessoas sentem-se absolvidas em suas justificativas em seu senso comum, o que causa certa intransigência a novas questões, principalmente se estas tiverem força suficiente para por em juízo o modelo vigente do politicamente correto, uma vez que não é permitido expor sua opinião, usando máscaras sociais para serem aceitos.
3- As crianças tendem a imitar situações, buscam informações dentro de si que as auxiliem a solucionar suas dificuldades. Atualmente circunstâncias similares aos desenhos animados ocorrem no real das nossas crianças, Thymi Turner do desenho: Padrinhos mágicos sofre bulliyng, os pais são alienados, prestam pouca atenção ao filho, deixam o menino aos cuidados de uma baba adolescente e violenta, e, ele fantasiosamente recorre aos seus padrinhos mágicos: Wanda e Cosmo, os quais cuidam dele, satisfazem seus desejos, protegem, livram de situações difíceis, orientam, questionam, brincam, educam, e, deste modo o convívio escolar, o relacionamento com os amigos e os pais são dramatizadas no faz de conta, permitindo, o seu desenvolvimento cognitivo e equilíbrio emocional uma vez que ele busca uma saída dos problemas. O aspecto positivo da identificação com o personagem é o indicador de caminhos, o raciocínio pratico indutivo em criar novas respostas, criando critérios, resiliência, minimizado distorções que a impedem de viver no mundo no real.
4- Os desenhos animados têm apresentado mais conteúdos politicamente corretos sim, adequados à sociedade em que vivemos, ecologicamente corretos, respeitando credos, etnias, gênero, porém não podemos desfavorecer os desenhos já existentes, o que podemos fazer é contextualiza-los, discutir os valores do momento histórico que foram criados, questionando o certo e o errado, o respeito ao ser humano e ao seu meio ambiente, seria até um momento lúdico entre a criança e o adulto, aproximando os mundos, criando confiança e o estabelecimento de vínculos, cada vez mais necessários entre pais e filhos, porque não podemos atribuir a educação de nossas crianças à escola e a televisão, a família é a primeira instituição a qual somos expostos e, é nesse convívio que aprendemos a nos equilibrar socialmente, a habituar-se com as diferenças, adquirido valores, assimilando informações. É a dinâmica familiar que orientará nosso comportamento, a mídia sempre nos trará novos elementos, o questionamento dos teores é que farão a diferença, porque a desigualdade social é uma realidade da qual nos podemos nos furtar, o que fazer e o como agir diante de preconceitos e choque de opiniões é que transformará a atual realidade.

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