segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A Infância ( des ) Protegida

PALESTRA: Dia 03/10/2011 - FAACAMP 1- O QUE É A FAMILIA NESTES TEMPOS PÓS-MODERNOS Por: Carmem Ap. Mendes Fidalgo Breve História: A família monogâmica foi fundamental para o desenvolvimento da sociedade, sua prevalência e reconhecimento entre os povos beneficiam o exercício da paternidade, proteção e assistência. Em decorrência, tornou-se também fator econômico de produção, pois muitos membros trabalhavam juntos pela subsistência do grupo. Além disso, foi com a agregação da família que surgiu a propriedade individual. Com o advento da industrialização, ocorreu o fim dessa concepção familiar. A industria retirou da família a função de fator de produção, e conseqüentemente, a autoridade do chefe sobre os demais membros. O homem passa a trabalhar nas fabricas, e, a mulher também ingressa no mercado de trabalho com fim de ajudar no sustento da família, causando assim profundas transformações na hierarquia familiar. E aqui vemos o nascimento, o surgimento de idéias de igualdade de direitos, advindos da Declaração Universal dos Direitos do Homem, sendo outro ponto significativo, é que, as famílias antes numerosas começam a restringir o número de filhos, adquirindo, portanto, uma nova estrutura, onde os filhos não mais são gerados para prover o sustento familiar. Surge então no século XX a família nuclear, compreendendo: pai, mãe e filhos ( no máximo 3 ). E neste sentido, o casamento perde a vinculação anterior, social/econômica - passa a ser a união afetiva entre dois indivíduos. Dando um salto na história, em meados da década de 1970, surgem as famílias monoparentais (Este neologismo, é bastante amplo, pois procura abranger, simultaneamente, as situações novas e as antigas. As primeiras advindas das rupturas voluntárias de casamentos e uniões e as segundas, oriundas de falecimentos, abandono de um dos cônjuges, nascimentos extramatrimoniais, etc) formadas por um dos genitores e a prole. O primeiro país a tratar deste tema foi a Inglaterra, em 1960, diante das estatísticas de divórcio. Atualmente a situação da família brasileira clássica vem dando lugar à relações abertas de convívio em comum, de pais e filhos e suas novas formações, filhos de outros relacionamentos convivendo sob o mesmo teto. E aqui percebemos que não muda somente a família, mudam os relacionamentos, onde aquilo que era certo ontem, hoje não é mais. O sentimentos e a vida afetiva são modificados, comprometer-se com um relacionamento em longo prazo é uma “faca de dois gumes”, porque o amor romântico foi substituído pelo “amor confluente” ( termo cunhado por Antony Giddens, que é uma a relação, que só pode durar enquanto permanecer a satisfação que traz a ambos os parceiros, e nem um minuto a mais. “ No caso dos relacionamentos, você deseja que a “permissão de entrar” venha acompanhada da “permissão de sair” no momentos em que não veja mais razão para ficar” ( Bauman, 2005, pg 72 ) A vida amorosa agora é mediatizada pela tela do computador, assim evitamos uma intimidade indesejável com a presença do parceiro, e neste mundo mágico podemos ser aquilo que quisermos, sem laços, sem vínculos, sem compromisso, apenas sendo bonitos e felizes nas fotos, tornando nossas relações cada vez mais fluidas e menos concretas, nos tornando seres virtuais, intocáveis. 2- A CRIANÇA DIANTE DA NOVA REALIDADE (Resiliência/Cuidar do ser) Diante destes novos relacionamentos que se vem estabelecendo, os filhos (frutos do descuido, e não uma opção pensada/planejada/desejada) sofrem as conseqüências das inconseqüências de seus pais. Cada vez mais crianças são deixadas aos cuidados de terceiros, e, com esta atitude terceirizam também a educação, os sentimentos os cuidados básicos. Os avós, em sua grande maioria (e aqui tendo uma visão muito otimista) assumem a criação de seus netos, diante da instabilidade econômica e emocional dos filhos, vem tornando-se provedores do lar, arcando com responsabilidades que não lhes são pertinentes, porque ainda carregam consigo valores tradicionais da educação que receberão no passado e com a noção ainda da família nuclear. Embora estes avós assimilem os conceitos de família monoparental, eles vivem seus próprios conflitos, ficando em situação de sofrimento, temendo pelo futuro dos filhos e dos netos, porém exercem diante de situações delicadas papéis conciliadores, contribuindo inclusive, para a harmonização de sentimentos e conflitos resultantes dos relacionamentos dos filhos. Porque os novos pais e a nova configuração familiar traz em seu bojo, uma fragmentação de saberes, entre o tradicional e as novas ideologias, onde o ser deu lugar ao ter, e você vale pelo que aparenta e não pelo que é, de fato. Os altos valores humanos, como: amor, respeito, cuidado, solidariedade, foram ultrapassados, tornaram-se obsoletos, demodês. Embora ainda sejamos seres gregários e necessitemos uns dos outros, os valores que hoje nos unem são outros pertencem à esfera do individualismo e do egocentrismo, os laços são frágeis e, as certezas provisórias. Os pais contemporâneos tem suas prioridades e como tal cuidam muito de si, pois necessitam estar bem, bem vestidos, boa aparência, bem falantes, comunicativos, produtivos e sempre bem humorados, freqüentar academia, cursar faculdade, ter facebook, estar plugado no mundo, atualizado, o que não é nada errado, uma vez que precisamos de uma auto-estima saudável, e disto sabemos, depende nossa sobrevivência no mundo. O que nos leva ao cuidado, cuidar de si, não exclui cuidar do outro. Quando você se prioriza relega o outro a segundo plano, e os filhos deixados aos cuidados dos avós, vizinhos, babás, creches, escolas, são uma preocupação desnecessária, uma vez que estão sendo “cuidados”. E aqui entramos no conceito de resiliência – É importante destacar dessas definições que a energia de impacto é armazenada pelo material, ou seja, provoca uma certa alteração neste, entretanto tal alteração não modifica a estrutura, retornando à sua posição de origem, a exemplo: uma mola, um elástico. Fundamentado na psicologia o conceito de resiliência traz em si a idéia de elasticidade, flexibilidade, capacidade de recuperação, adaptação, naquilo que concerne ao humano. Desenvolvemos a superação diante de uma dificuldade considerada de risco, e, a possibilidade de construção de novos caminhos de vida, a partir do enfrentamento de situações estressantes e traumáticas. E neste sentido aprendendo a lidar com os problemas que surgem (internos ou externos), e saindo relativamente bem diante dos conflitos, o que não significa que o ser saia ileso da crise, é que a criança, desenvolve cada vez mais cedo a resiliência, aprendendo a lidar com emoções, suas e dos pais, amadurecendo antes do tempo, criando autonomia e responsabilidades que não lhe são próprias da idade. A exemplo disso: relacionamentos rompidos com violência presenciados pelos filhos, pais irresponsáveis que promovem a alienação parental, onde a criança fica exposta a um “fogo cruzado” que se dá antes, durante e depois da separação dos pais, maus tratos, filhos mais velhos (5 anos) que cuidam de irmãos menores (2 anos), e inúmeras situações que aqui poderiam ser citadas. Caracterizando deste modo a desproteção de seus filhos, tornando assim, a infância tortuosa, o que provavelmente lhes trará problemas futuros. E quando pais se separam, e aqui não estamos generalizando, mas constatando comportamentos, eles regridem emocionalmente, encontram-se em estado de “juventude terminal”, estão com 30 a 35 anos, e precisam começar de novo, com urgência, namorar, sair, criar novos grupos . Ficam tão ou mais infantilizados que os filhos. E a criança assiste a tudo isso ( mesmo presenciando o pai ou a mãe com novos parceiros ) em seu imaginário, com uma esperança tácita de que o amor dos pais se restabeleça, pois não consegue assimilar o porque do amor dos pais terminou. E, se ele é fruto deste amor, o que ele é agora? O resto de um amor que acabou? E este “resto” atrapalha, pois o conflito já antes instaurado, tende a piorar. A criança fica com a identidade abalada diante do desamparo, cai no vazio e precisa desenvolver a resiliência criando suas próprias experiências de manter sua identidade, construir uma nova vida que não esta mais dada pela convivência, mas pela vontade. Não estamos fazendo apologia a casamentos perpétuos, chamamos a atenção para a consciência e a necessidade de cuidar do ser a fim de minimizar sofrimentos desnecessários, por irresponsabilidades pessoais. E o contrário também é perigoso, pais que superprotegem seus filhos, cobrindo-os de mimos, compensando sua ausência com presentes, passeios ao shopping, dando razão aos filhos quando este não há tem. Isto são recortes da nova realidade que se apresenta, e cabe ha nós pais, educadores, professores, termos uma visão objetiva da vida contemporânea, e buscarmos novas soluções, para estas novas realidades que se apresentam. No filme – Onde vivem os monstros – vemos claramente a reação da criança em adaptar-se a esta nova realidade. A relação familiar e o amadurecimento de Max através de sua imaginação. Quão necessário nos é amadurecer, a tempo oportuno, a maturidade vem, e traz consigo a autonomia necessidade básica para estarmos e sermos no mundo. Max quando não consegue cumprir a promessa de ser um rei que fará os monstros felizes, assume sua identidade enquanto menino, só um menino que por mais que queira deixar a vida segura, permanecer naquele momento de sua história, em sua zona de conforto, não consegue impedir as mudanças, mudanças inexoráveis, que constroem o ser, mesmo que isso decepcione a nós mesmos e aos outros, não podemos deixar de crescer, e crescer significa construir, desconstruir, se reinventar, aceitar, seguir em frente com tudo que a vida nos apresenta, ter sempre um novo olhar, e o olhar deseja sempre mais do que lhe é dado ver. E para que isso aconteça, necessário é, olhar para si mesmo, para o outro, saber quem somos, no contexto no qual estamos inseridos, na sociedade em que vivemos, e, neste sentido devemos traduzir o visível e exercitar o invisível, pois como já dizia o Pequeno Príncipe “ O essencial é invisível para os olhos” ... e, isso ... é para sempre! Referências Bibliográficas Augras, Monique – O ser da Compreensão (fenomenologia da situação de psicodiagnóstico) 2ª edição, Ed. Vozes – Petrópolis – 1981 Bauman, Zygmunt – Modernidade Liquida; tradução Plínio Dentzien – Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed., 2001 Moysés, Maria Ap.Af – A Institucionalização invisível: Crianças que não aprendem na escola – Campinas,SP: Mercado das Letras, 2001 Morin, Edgar – Epistemologia da complexidade, in,: Schinitman, D. F. (org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade. Porto Alegre, Artes Médicas, 1996a. Novaes, Adauto – O Olhar – São Paulo – Cia das Letras, 1997, 6ª reimpressão. Saint-Exupéry, Antoine de, - O Pequeno príncipe/ 48ª edição/42ª reimpressão - Agir Editora Ltda. 2009

domingo, 2 de outubro de 2011

Ensino Superior e a Psicopedagogia

ATENDIMENTO PSICOPEDAGÓGICO NO ENSINO SUPERIOR BUSCANDO CONDIÇÕES PARA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA Angela Cristina Munhoz Maluf Introdução O ser humano é um ser pensante, que constrói o seu próprio saber, portanto as dificuldades no aprendizado estão ligadas ao sujeito aprendiz como um todo. O psicopedagogo é capaz de tentar descobrir e avaliar os obstáculos na construção do conhecimento do estudante no ensino superior, utilizando meios para que os mesmos criem e utilizem estratégias de aprendizagem visando aprendizagem significativa (totalizante) e um melhor desempenho acadêmico e nas diferentes situações de vida. A aprendizagem é um processo de construção de conhecimento, não de recordar ou de repetir mecanicamente conhecimentos, é um conhecimento dependente, enquanto as pessoas utilizam seus próprios conhecimentos para construir conhecimento novo. A aprendizagem está influenciada pelo contexto no qual está inserida. Vygotsky (1984) é o que apresenta maior contribuição no entendimento do complexo processo de aprendizagem humana. Ele propõe o interacionismo, que é baseado em uma visão de desenvolvimento apoiada na concepção de um organismo ativo, onde o pensamento é construído gradativamente em um ambiente histórico e, em essência, social. A interação social possui um papel fundamental no desenvolvimento cognitivo e toda função no desenvolvimento cultural de um sujeito aparece primeiro no nível social, entre pessoas, e depois no nível individual, dentro dele próprio. Segundo Rogers (1988), o aluno aprende, não simplesmente por ser exposto a toda forma de conhecimento, mas quando este entende que os fatos apreendidos são considerados relevantes para o seu crescimento como pessoa, ou seja, somente quando os seus pensamentos, sentimentos e comportamentos se modificam profundamente em conseqüência do que aprendeu, Rogers denominou como aprendizagem significativa. Ainda de acordo com Rogers (1988), a aprendizagem significativa é mais do que uma acumulação de fatos. É uma aprendizagem que provoca uma mudança, quer seja no comportamento do sujeito, na direção futura que propôs ou nas suas ações e personalidade. É uma aprendizagem intensa, que não se restringe a um acréscimo de informações, mas que se adentra intensamente em todos os elementos da sua vivência. Ausubel (1978), valorizava mais o cognitivo que faz com a pessoa cresça e se desenvolva como um todo. Segundo ele, No processo de aprendizagem significativa é essencial a interação entre idéias, que podem ser expressas, simbolicamente, de modo não-arbitrário e substantivo, isto é, não-literal, com aspectos específicos já presentes na estrutura cognitiva do indivíduo. Assim, o conhecimento que o aluno possui - conhecimentos prévios - é o fator isolado mais importante que influenciará na aprendizagem subseqüente (Ausubel, 1978: 56). Aprendizagem significativa na Instituição do Ensino Superior pressupõe troca de informações, disponibilidade para resolver problemas e aprender assuntos novos, articulação entre o que se sabe e o que se está aprendendo. E pressupõe que os conhecimentos vão ganhando sentido quando são experimentados em contextos reais, na interação com as práticas sociais. Cremos que as aprendizagens significativas compartilhadas são integrações construtivas de pensamentos, sentimentos e ações. De acordo com Ausubel (1978), para haver aprendizagem significativa é preciso haver duas condições: a) o educando precisa ter uma disposição para aprender: se o educando quiser memorizar a atividade arbitrariamente e literalmente, então a aprendizagem será mecânica; b) a atividade a ser aprendida tem que ser potencialmente significativa: significado lógico e significado psicológico. Logicamente o significado lógico depende somente da natureza da atividade, e o significado psicológico é uma experiência que cada educando tem. Cada educando faz uma filtragem das atividades que têm significado ou não para si próprio. A importância da aprendizagem dos processos cognitivos e a implementação de técnicas capazes de favorecer uma aprendizagem deveras significativa revelam-se em todos os domínios abarcados pela escola. Quanto maior for o conhecimento dos modos de representação do saber e dos processos cognitivos, quanto maior for a consciência dos educandos neste processo, tanto mais terão vontade de aprender, tanto mais serão capazes de encarar a Instituição como a continuação da sua casa, do seu meio ambiente. De fato, quando a Instituição for capaz de ter em conta o capital cognitivo e sócio-cultural de cada educando como vertente fundamental da gestão e desenvolvimento curricular, quando for capaz de esbater os conhecimentos meramente acadêmicos e estereotipados, privilegiando saberes da vida e preparadores para a mesma, então certamente estará a fundamentar conhecimentos significativos, a potencializar transferências que tornarão as aprendizagens cada vez mais significativas; estará, numa palavra, a minimizar o insucesso. Estará, em outra palavra, maximizando o sucesso. Conhecimentos e informações obsoletas cuja única finalidade é uma memorização sem significado devem deixar de fazer parte da proposta de trabalho do educador e serem amplamente substituídas por conhecimentos verdadeiramente significativos para a vida do aluno para sua formação integral, holística. Segundo Masini (1984) a aprendizagem significativa é a aprendizagem Totalizante, entendida no sentido do conjunto de possibilidades próprias de cada ser humano, na sua unidade manifesta e cada situação.De acordo com o autor falamos em aprendizagem totalizante estamos nos referindo a: 1- Experiência global da qual participa a psique (aspecto afetivo, cognitivo) e envolve autopercepção e auto-avaliação (elaboração pessoal) de uma situação ou informação. 2- Um modo de ser, relacionar-se com as coisas e com os outros, de um ser que tem a possibilidade de compreender para organizar o que está o que está ao seu redor e agir segundo essa organização. A função do psicopedagogo no atendimento psicopedagógico no Ensino Superior é de prevenir como intervir nos processos cognitivos, emocionais,sociais, culturais, orgânicos e pedagógicos do acadêmico, oferecendo ao mesmo suporte, atuando sobre os múltiplos fatores que possam estar interferindo, no seu desenvolvimento integral, nas questões ligadas a aprendizagem. Como também oferecer subsídios para que os docentes trabalhem com os acadêmicos em sala de aula, assumindo transformações necessárias, e buscando sempre soluções apropriadas ás demandas emergentes. Objetivos * Desenvolver competências dos acadêmicos que possam apresentar dificuldades de aprendizagem; * Oferecer suporte necessário a docentes e acadêmicos, para um melhor aproveitamento no processo ensino-aprendizagem; * Acompanhar o desempenho do acadêmico, a evasão escolar e índices de aproveitamento; * Mediar situações que envolvam o relacionamento do acadêmico com os demais profissionais da Instituição; * Compreender o acadêmico como ele é, na riqueza do seu sentir, pensar e agir, com suas próprias características, lidando com o que ele revela em todas as suas referências qualitativamente significativas. Metodologia O atendimento psicopedagógico compreenderá 2 sessões, que terão duração em média de 40 a 60 minutos e serão previamente agendadas dentro dos horários disponibilizados pelas coordenações dos cursos. O atendimento poderá ser individual ou grupal. Quando se refere ao individual, poderá ser para acadêmicos e educadores, no contexto do dia-a-dia que possam estar influenciando no desenvolvimento pessoal, profissional ou acadêmico. E quando se refere ao atendimento grupal, poderá ser para pequenos grupos (6 alunos) com dificuldades já detectadas anteriormente em triagens. O atendimento psicopedagógico será realizado por meio de entrevistas e aplicação de instrumentos formais, como também a conscientização do acadêmico de suas dificuldades e caso for imprescindível, o encaminhamento para outros profissionais como: psicólogos, médicos, oftalmologistas, entre outros. É necessário que se registre cada atendimento psicopedagógico e neste registro deverá constar, situações analisadas e soluções para os docentes acompanharem as diferentes maneiras do acadêmico lidar com a aprendizagem, suas condições e as implicações das atitudes do docente, estratégias para o mesmo trabalhar em sala de aula, numa proposta teoricamente fundamentada, além do motivo de encaminhamentos para outros profissionais, assinatura (coordenador de curso), um breve parecer do psicopedagogo e orientação para continuidade do atendimento, quando necessário. Resultado Objetivamos chegar a um resultado convicto que leve o acadêmico a ter consciência da sua dificuldade e poder transforma-la. O psicopedagogo enriquecerá e trará para o mundo vivencial e experimental do acadêmico, formas criativas para desenvolver o aumento da sua auto-estima, segurança, criatividade, maior autonomia, mobilidade em tomar decisões,flexibilidade no pensamento, maior responsabilidade para a sua própria aprendizagem, fortifica o seu desejo de aprender, coloca em evidência o que facilita e impede a sua Aprendizagem Significativa nas situações do cotidiano acadêmico. Quanto aos docentes, se conscientizarão em estar mais abertos para que os acadêmicos se revelem. Conclusão Numa instituição de Ensino Superior, o psicopedagogo também poderá encontrar resistências por parte dos docentes, pois o atendimento psicopedagógico no Ensino Superior vai sempre exigir reflexão sobre a ação do docente. Isto não é fácil pois envolve mudanças de atitudes e modo de pensar dos docentes. O estudo aqui apresentado, mostra que esta proposta é viável, com o propósito do acadêmico aprender de forma significativa, (totalizante), pois os docentes podem tornar viva a disciplina a ser ensinada, aproveitando a riqueza das experiências de vida dos acadêmicos. Bibliografia Referências AUSUBEL, Davi P. Psicologia educativa: um punto de vista cognitivo. México: Trillas. 1978. BOMTEMPO, E. Aprendizagem em Witter, G. P. E Romeraça, T. F. Psicologia da Aprendizagem. E. EPU, 1987. FREIRE, Paulo. ___________ Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 15ª ed, São Paulo. Paz e Terra. 2000. MASINI Elcie F. Salzano (org) Edna Maria Santos, Helena Etsuko Shirahige-Psicopedagogia na Escola- Buscando condições para a aprendizagem significativa 1993 ___________ Aconselhamento escolar: uma proposta alternativa. São Paulo, ed Loyola, 1984. ROGERS, Carl. In: Tornar-se pessoa. São Paulo: Martins Fontes, 1988. VYGOTSKY L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984. Publicado em 21/10/2008 10:22:00 Currículo(s) do(s) autor(es) Angela Cristina Munhoz Maluf - (clique no nome para enviar um e-mail ao autor) - Ms. em Ciências da Educação,docente de graduação e pós-graduação,psicopedagoga, especialista em Educação Infantil e Especial, escritora, palestrante e consultora de projetos.

Transtorno de Aritmetica ou matematica

TRANSTORNO DA ARITMÉTICA OU MATEMÁTICA Angela Cristina Munhoz Maluf Discalculia é considerado um dos transtornos específicos das habilidades escolares. Acomete um número significativo de educandos na fase escolar.Pode trazer aborrecimento e desgaste para os indivíduos, suas famílias e para as escolas. O transtorno da aritmética ou matemática, conhecido como Discalculia, é um problema causado por má formação neurológica, que se manifesta como uma dificuldade do educando em realizar operações matemáticas, classificar números e colocá-los em seqüência. Nas fases mais adiantadas da vida escolar, a Discalculia também impede a compreensão dos conceitos matemáticos e sua incorporação na vida cotidiana. Para Novaes (2007) “A palavra discalculia vem do grego (dis, mal) e do latin”. (calculare, contar) formando: contando mal. Essa palavra por calculare vem, por sua vez, de cálculo, que significa o seixo ou um dos contadores em um ábaco”. Já para José & Coelho (1997, p.148), a discalculia infantil ocorre em razão de uma falha na formação dos circuitos neuronais, ou seja, na rede por onde passam os impulsos nervosos. Normalmente os neurônios transmitem informações quimicamente através da rede. A falha de quem sofre de discalculia está na conexão dos neurônios localizados na parte superior do cérebro, área responsável pelo reconhecimento dos símbolos. Detectar o problema, no entanto não é fácil. Na pré-escola é possível notar algum sinal do distúrbio, quando a criança apresenta dificuldade em responder ás relações matemáticas propostas - como igual e diferente, pequeno e grande. Mas nesta idade é cedo para um diagnóstico preciso. Somente partir dos 7 ou 8 anos, com a introdução dos símbolos específicos da matemática e das operações básicas, que os sintomas se tornam mais visíveis. Segundo Garcia (1998, p. 213) a discalculia é classificada em seis subtipos, podendo ocorrer em combinações diferentes e com outros transtornos de aprendizagem: * Discalculia Verbal - dificuldade para nomear as quantidades matemáticas, os números, os termos, os símbolos e as relações. * Discalculia Practognóstica - dificuldade para enumerar, comparar e manipular objetos reais ou em imagens matematicamente. * Discalculia Léxica - Dificuldades na leitura de simbolos matemáticos. * Discalculia Gráfica - Dificuldades na escrita de símbolos matemáticos. * Discalculia Ideognóstica – Dificuldades em fazer operações mentais e na compreensão de conceitos matemáticos. * Discalculia Operacional - Dificuldades na execução de operações e cálculos numéricos. É importante advertir que o distúrbio neurológico que provoca a Discalculia não causa deficiências. O discalcúlico necessita da compreensão de todas os individuos, pois depara com muitas dificuldades nos acontecimentos que são inconfundíveis. De acordo com Johnson e Myklebust (1987), as seguintes dificuldades podem ser encontradas em crianças com transtorno matemáticos: Dificuldade na leitura e compreensão * Confusão com o aspecto parecido dos números, 6 e 9 ou 3 e 8. * Falta de habilidade para compreender os espaços entre os números como, por Exemplo: 5 69 é lido como quinhentos e sessenta e nove. * Dificuldades no reconhecimento, e, portanto, no uso dos símbolos para calcular: mais, menos, multiplicação e divisão. * Dificuldades na leitura de números com mais de um dígito. Números com zero podem especialmente dificultar. Exemplo: 4002 ou 304. * Confusão na leitura da direção dos números: o 12 pode se tornar 21. Não é usual para algumas crianças mudarem a direção de alguns números que são lidos precisamente, da esquerda para direita, enquanto outras lêem de trás para frente. * Problemas com leitura de mapas, diagramas e tabuada. Dificuldade em entender conceito e Símbolos * Dificuldades em entender os símbolos matemáticos e em lembrar como deve ser usado, por exemplo, o sinal de subtração. * Problemas com o entendimento de conceitos de peso, direção e tempo. * Problemas para entender perguntas orais ou escritas que são apresentadas com palavras, texto ou figuras. * Problemas para entender conceito de soma, onde números são usados em conjunto com unidades como, por exemplo, 100 metros. Os problemas tam- bem podem ser no entendimento dos números ordinais, pois não entendem a seqüência, primeiro, segundo terceiro, etc. * Problemas em entender as relações entre as unidades. * Problemas na aplicação prática da matemática, por exemplo: A distância da casa de Ana até a escola é de 1 km. Maria mora duas vezes mais longe. Qual à distância que Maria tem que percorrer para chegar à escola? Métodos que podem ajudar * Consentir utilizar a calculadora e a tabela de tabuada * Usar caderno quadriculado. * O educador deve elaborar as avaliações contendo questões claras e diretas. * Reduzir ao mínimo o número de questôes. * O educando fará a avaliação individual, sem limite de tempo e com o auxílio do educador, para responder e sanar as possíveis dúvidas. * O educando poderá fazer avaliações oralmente. * As tarefas para casa devem ser moderadas, com exercícios repetitivos. O que é acalculia? A acalculia ocorre quando o indivíduo, após sofrer lesão cerebral, como um acidente vascular cerebral ou um traumatismo crânio-encefálico, perde as habilidades matemáticas já adquiridas. A perda ocorre em níveis variados para realização de cálculos matemáticos. Sabemos que cada educando tem sua forma e tempo para aprender.Temos a Psicopedagogia que nos mostra a necessidade de analisar o jeito característico e individual com que cada educando aprende. Cabe aos educadores buscar modos e métodos significativos para aplicar em sala de aula. Esse desafio se benquisto de fato, pode revolucionar e, sobretudo, tornar muito mais atraente a aprendizagem, inclusive da matemática. Bibliografia Referências Bibliográficas GARCIA, Jesus Nicasio, Manual de dificuldades de aprendizagem: linguagem, leitura, escrita e matemática. Tradução de Jussara Haubert Rodrigues. Porto Alegre: Artes Médicas. 1998. JOSÉ, Elisabete Assunção e Coelho, Maria Teresa. Problemas de aprendizagem. Editora Ática. São Paulo. 1997 JOHNSON, D.J e Myklebust, H.M. Distúrbios de aprendizagem: princípios e práticas educacionais. Tradução Marília Zanella Sanvincente. 2ª Ed. São Paulo: Pioneira, 1987. NOVAES. Maria Alice Fontes. Transtornos de aprendizagem. 2007. Disponível em:

Método e Controle

COMPROMETIMENTO, MÉTODO E CONTROLE: A LIÇÃO DE BENJAMIN FRANKLIN GESTÃO DO TEMPO Benjamin Franklin, inventor, estadista, escritor, editor...