segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Bullying

Seu filho sofre isso ?

BULLYING: O QUE É E COMO PROCEDER

Mônica Nardy Marzagão
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Um tema ambíguo de nossa sociedade é o chavão de que criança é sinônimo de bondade. Vejamos o que corrobora o enunciado supracitado.
Crianças maiores agridem as menores, ateam fogo no rabo de bichanos, são egoístas (não confundir com o egocentrismo próprio da primeira infância), querem tudo para si mesmas, maltratam os combalidos e participam de Bullying. Este não é o perfil de um bom samaritano! Quero ressalvar que sou uma veemente defensora dos direitos da infância, mas não posso cerrar os olhos para algo de talhe tão tenebroso.
Você sabe o que significa bullying? Bullying é uma palavra da língua inglesa que significa gozar, humilhar, intimidar, ofender, agredir, discriminar e colocar epítetos maliciosos em um determinado indivíduo. É um conjunto de atitudes hostis propositadas, recorrentes e sem causa manifesta, empreendido por um sujeito (ou grupo) que ocasiona aflição a outrem.
Muitas pessoas consideram o bullying evento “natural” que ocorre na infância e na adolescência. Porém não é algo pueril, que se pode derrotar de um dia para o outro. Bullying é um mal que satura a vida de alguém. Para que possamos compreender a angústia que motiva, imaginemos, como exemplo, que alguém diga que seu cabelo está bizarro, possivelmente, você irá imediatamente ao espelho mais próximo para se ajeitar. Agora, conceba duas ou mais pessoas, rotineiramente, escarnecendo de seu cabelo.
Este panorama é intolerável, sua auto-estima é solapada sistematicamente e, em contrapartida, os perversos geradores do bullying são alçados a condição de heróis. O que você faria? Matar-se-ia? Há criança que coloca termo à própria vida, com a percepção de que sua vida é destituída de préstimo, que tem de morrer por ter feição disforme.
O bullying é um lesivo “monólito” de comportamento que está longe de ser inócuo, pois leva a vítima ao retraimento, ao declínio do rendimento escolar, à oscilação emocional e à depressão. Conforme uma pesquisa feita pela Abrapia - Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência, a escola é o ambiente de maior incidência do bullying, sendo os meninos entre 7 e 16 anos os mais açodados.
A escola não pode camuflar tal acontecimento, habitualmente percebível em seus domínios. Compete-lhe conter, austeramente, esta conduta aviltante, resguardando tanto os agressores quanto os agredidos. É imperioso apreciar com cautela em igual quantidade vítima e agressor, pois o autor do bullying já foi anteriormente alvo.
Entre as atitudes que a escola pode tomar para circunscrever estas ocorrências, é ter como tema transversal o ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente, que entende o currículo como componente constitutivo do caráter do aluno. Os procedimentos educacionais protocolares não podem se eximir de ponderar como conhecimento escolar a legislação infanto-juvenil. A elisão do estabelecimento de ensino tem implicações atemorizantes e a esta não convém educar pessoas alienadas e apáticas, que ignorem seus direitos.
O que deve ser feito para coibir o bullying? Pais e educadores devem encorajar as vítimas a denunciarem seus agressores. O maior problema na detecção do bullying é o alvejado, usualmente, suportar em segredo, com receio de retaliação dos colegas, caso exponha o que está ocorrendo para um adulto.
O cenário é sombrio, porém genitores e professores não necessitam ficar paranóicos e conter todas as brincadeiras dos pupilos. Os apelidos são, praticamente, inevitáveis entre crianças, entretanto compete aos adultos prepararem meninas e meninos a fim de que esses codinomes não sejam pretextos para chacotear, assim evita-se problemas posteriores aos que estão sendo subjugados.
Referências Bibliográficas
ABRAPIA – Associação Brasileira de Proteção à Infância e à Adolescência. Programa de redução do comportamento agressivo entre estudantes. Rio de Janeiro: www.abrapia.org.br. Acessado em 06/11/2007.
GREENE, Ross W. A criança explosiva - uma nova abordagem para compreender e educar crianças cronicamente inflexíveis e que se frustram facilmente. São Paulo: Integrare Editora, 2007.
TIBA, Içami. Disciplina: limite na medida certa. 37ª edição. São Paulo: Editora Gente, 1996.
_________. Educação e amor. São Paulo: Integrare Editora, 2006.
_________. Quem ama, educa! - formando cidadãos éticos. São Paulo: Integrare Editora, 2007.
ZAGURY, Tânia. Educar sem culpa – a gênese da ética. 24ª edição. Rio de Janeiro: Record, 2007.
_____________. Limites sem trauma. 20ª edição. Rio de Janeiro: Record, 2001

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