quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Psicopedagodia, Pedagogia e Psicologia

PSICOPEDAGOGIA, PSICOLOGIA E PEDAGOGIA Ana Carolina Q.de Paiva, Jaqueline G.Cavalcanti, Max Leandro de A. Brito, Maria Valéria P.de Araújo Sumário Psicopedagogia, psicologia e pedagogia: percepções construídas em uma escola pública RESUMO O presente trabalho objetiva analisar concepções e práticas desenvolvidas pelo psicólogo e professores inseridos no contexto escolar, baseando essa análise nas importantes teorias de cunho educacional. A pesquisa foi realizada em uma escola pública na cidade de João Pessoa. Para realização das entrevistas foi utilizado dois questionários um para os professores e outro para o psicólogo referente à temática analisada – percepções e práticas de atuação-. Este estudo contou com a participação de dois professores e um psicólogo educacional, ambos do sexo feminino com idades entre 25 e 40 anos. Na metodologia além das entrevistas individuais foi realizada uma pesquisa observacional em sala de aula. Os resultados apontam que a prática profissional ainda diverge da teoria, contudo é por meio dos esforços integrados da própria escola em preparar melhor esses profissionais juntamente com os esforços de toda equipe pedagógica para construir uma ótima escola, que o cumprimento da qualidade e excelência nesta organização se tornam realidades possíveis, isto nos mostra que o esforço coletivo e o desejo de mudança desses protagonistas é o fator chave para realização de um processo educativo de sucesso. Palavras-chave: psicologia educacional; trabalho e sentido; psicopedagogia. Introdução A Psicologia aplicada à Educação iniciou com a proposta de estudar apenas questões relacionadas à aprendizagem do aluno dentro do contexto escolar. Nos anos de 1980 foi desencadeado muitos debates em relação à formação e atuação do psicólogo na educação, a fim de que uma concepção mais precisa sobre o seu papel fosse formada, em que o psicólogo educacional e a escola estivessem aproximados (Souza, 2009). A Psicologia escolar identificava a atuação do psicólogo educacional como intimamente relacionado ao modelo clínico, focada em uma prática psicodiagnóstica, psicoterapêutica e reeducativa. A perspectiva da Psicologia educacional sobre a escola era de uma instituição apta para a aprendizagem em que os alunos deveriam se adaptar a ela. Dessa forma, justificando, todos os problemas de aprendizagem da criança ao fator do desenvolvimento infantil, ou nas relações familiares e sociais (Souza, 2009). Pode-se dizer que existe, ainda hoje, uma grande dificuldade na compreensão plena de qual seria o verdadeiro papel do psicólogo escolar, pois a prática desse, ainda é percebida pelos demais profissionais e caracterizada como sendo focada no aluno denominado “problemático”, ou seja, o aluno que atrapalha as aulas, a transmissão dos estudos, e o esquema pré-estabelecido da sala de aula, este seria o seu campo de atuação, sua responsabilidade enquanto solucionador e problemas, empregando seis esforços apenas no nível operacional, deixando de lado as infinitas possibilidades de atuar. (Correia & Cols., 2001). Porém, o psicólogo educacional bem como o psicopedagogo devem ter um papel estratégico nas organizações sendo responsável também por assessorar a escola e avaliar projetos pedagógicos em parceria com outros profissionais; orientar, ou até intervir, em atividades que envolva a interação dos alunos em sala de aula, a fim de que sejam desenvolvidas as intenções educativas; também deve, estar trabalhando em conjunto com aos pais e ou cuidadores, desenvolver programas que visem uma qualidade na aprendizagem; diagnosticar e fazer um encaminhamento de problemas provenientes das queixas escolares. Além disso, o psicólogo tem como função, complementar o serviço pedagógico, no que diz respeito ao aspecto psicológico, proporcionando aos professores, e a equipe pedagógica uma reflexão sobre a prática educativa (Martins, 2002). Neste contexto se torna premente a necessidade de aprofundamento e um maior conhecimento por parte destes profissionais, sobre o seu real papel dentro das escolas enquanto agente de mudança, capaz de implementar melhorias em todos os níveis da organização atuando de forma concreta na prática da psicopedagogia dentro das escolas. De acordo com Selier (1997) alguns professores ainda não demonstram preocupação em saber de que forma a criança aprende. Para o supracitado autor é importante que professores analisem as concepções teóricas, dessa forma, preocupando-se com sua formação, e optando por uma teoria de base, para que não ocorra uma desarmonia na sua atuação por abordarem concepções diversas. O conhecimento teórico no âmbito da educação não é só necessário, como também importante, pois qualifica e instrumentaliza o profissional, seja ele professor, psicopedagogo ou psicólogo educacional. Esse aporte teórico por parte do psicólogo permitir-lhe-á compreender melhor o funcionamento da escola, como também, em que teoria, o professor e a equipe pedagógica se orientam na sua prática escolar. Dessa forma, este profissional irá atuar, também, na reflexão das contribuições das abordagens relacionadas à aprendizagem, em que o professor e os alunos assumem papéis, conforme a concepção vigente (Correia & Cols., 2001). Duas importantes abordagens, que necessitam ser dominadas pelo psicólogo escolar, pois contribuíram para compreensão da aprendizagem, de como o indivíduo aprende, foram às teorias de Piaget e Vigotski (2003). Jean Piaget é considerado o teórico que mais contribuiu para o entendimento do pensamento infantil, além da sua contribuição para a compreensão da aprendizagem. A partir dele, se consolidaram os estudos sobre construtivismo, que pauta a aprendizagem na troca de experiências e no interagir com o meio. Outros teóricos, como Vigotski (2003) e Wallon (1989) também forneceram uma contribuição ao construtivismo. Piaget foi um estudioso suíço e começou seus estudos em 1920 sobre desenvolvimento intelectual. Um estudo que ele realizou foi um experimento que tinha como objetivo testar a habilidade mental. Nesse experimento, Ele percebeu que seu foco não estava nas respostas corretas que as crianças davam, mas nas erradas. Nesse sentido, ele percebeu que as crianças com a mesma faixa de idade, emitiam as mesmas respostas erradas. Para compreender isso, Piaget dedicou 60 anos da sua vida para identificar estágios de inteligência da criança (Shaffer, 2005). Piaget identificou quatro estágios do desenvolvimento cognitivo. De acordo com Shaffer (2005), O período sensório motor, vai do nascimento aos dois anos, seria o primeiro estágio. A criança, nesse estágio aprende sobre a permanência do objeto, internalizam esquemas comportamentais, elas usam as habilidades motoras e sensoriais como forma de exploração do ambiente. Quando elas chegam ao fim desse estágio, elas já têm a capacidade de coordenações sensório-motoras mais complexas. O estágio seguinte é o pré-operacional, que vai dos dois aos sete anos de idade. Nesse estágio, a criança utiliza do simbolismo para representar e entender vários ambientes. A criança continua em uma perspectiva egocêntrica. Suas explicações são apresentadas em função de suas experiências, podendo, ou não, ser conexos com a realidade. Ela desenvolve a capacidade de criar imagens mentais na ausência do objeto, é também o período da fantasia, do faz de conta, do jogo simbólico e o nominalismo. O período operatório concreto, o egocentrismo intelectual e social que marca a fase anterior dá espaço à emergência da capacidade da criança de estabelecer relações e coordenar pontos de vista diferentes e de integrá-los de maneira lógico e coeso. Nessa fase, a criança já consegue efetuar operações corretamente, mas precisa ainda de estar em contacto com a realidade. E finalmente, o ultimo estagio, chamado de operatório formal. Esse estágio a criança realiza raciocínios abstratos, não recorrendo ao contato com a realidade. É neste período que a criança desenvolve a sua própria identidade, podendo haver, problemas existências e dúvidas sobre o certo e o errado. Para Piaget, a atividade intelectual se utiliza de dois processos: a adaptação e organização. Mas, para se entender esses, torna-se necessário mencionar quatro conceitos básicos: Esquema, Assimilação, Acomodação e Equilibração. Piaget entendia que a mente possuía estruturas mentais, que se adaptavam e organizavam o meio, chamadas de esquemas. Esses esquemas, a medida que a criança crescia, tornavam-se mais generalizados e diferenciados, tornando-se mais refinados. Os esquemas são, portanto, estruturas mentais que organiza os estímulos que lhe confrontaram, tentando encaixar esse estímulo a um esquema existente. Dessa forma, os esquemas estão articulados aos esquemas, e se modificam conforme a maturação cognitiva. Então, os esquemas de um adulto é resultado dos esquemas de uma criança. Os dois processos que promovem essa mudança nos esquemas são: assimilação e acomodação. A assimilação é o processo em que o individuo integra um novo dado perceptual a um esquema já existente, dessa forma, ela amplia os esquemas existentes. Já a acomodação cria novos esquemas, ou modifica algum esquema existente, ocorrendo, dessa forma, um crescimento na qualidade dos esquemas. Esses dois processos são fundamentais para o crescimento e desenvolvimento cognitivo. Segundo Piaget, o balando regulador entre esses dois processos é chamado de Equilíbrio. Antagônico a esse balanço regulador, ele chamou de desequilíbrio. O processo que transforma de estado de desequilíbrio para equilíbrio é chamado de Equilibração (Wandsworth, 1999). Shaffer (2005) diz que as idéias de Piaget, trouxeram grande impacto na educação, e muitos programas escolares tem por fundamento a teoria de Piaget. A teoria de Piaget teve críticas, e um dos primeiros grandes críticos foi Lev Vigotski (2003), através da sua teoria sociocultural. Vigotski (2003) atribui uma fundamental importância a função da interação social no desenvolvimento. Na sua teoria sociocultural do desenvolvimento cognitivo, o desenvolvimento é visto como conseqüência da aprendizagem; e esta aprendizagem acontece por meio da mediação por instrumento, que relaciona a ação do indivíduo com o mundo, e por signos, que faz a relação dos processos mentais do ser humano com o seu ambiente (Ribeiro & Mendes, 2001). Para Vigotski (2003), todo processo de aprendizagem é ensino-aprendizagem, em que está incluído, o aprendiz, aquele que ensina, e a relação entre eles. Vigotski (2003) aponta para a existência de dois níveis de desenvolvimento. O primeiro denominado de Nível de Desenvolvimento Potencial ou Proximal, refere-se aquilo que o sujeito é capaz de fazer em colaboração com os outros elementos de seu grupo social. E o segundo nível, chamado de Desenvolvimento Real, refere-se a aquilo que o sujeito já sabe fazer de forma independente. A Zona de Desenvolvimento Proximal é justamente este espaço entre o desenvolvimento potencial e o real e é nela que o professor deve intervir para que ocorra um eficaz desenvolvimento do processo de aprendizagem. Diante desses conceitos, Vigotski (2003) afirma o papel fundamental do professor como mediador, é ele quem deve estar atento sempre estimulando a criança no alcance de uma melhor aprendizagem partindo do mais simples para a o mais complexo (Rego, 1999). Essas duas teorias descritas exercem enorme influência na prática pedagógica no mundo educacional. Elas ajudam a ver a educação em uma perspectiva diferente, em que o professor não deve ser apenas um transmissor de informações, mas um facilitador no contexto escolar, dispondo dos serviços do psicólogo, que contribui na percepção e ajuda dos problemas pertinentes a esse contexto. Dessa forma, fazendo do sistema educacional mais eficiente. A importância desse tema se justifica porque quando analisamos e refletimos sobre o que fazemos é que podemos, de fato, entendermos a participação do psicólogo e psicopedagogo na escola, com também, refletir sobre novos horizontes de atuação, para uma melhor prática desses. Levando em conta o contexto apresentado, o presente trabalho objetiva analisar concepções e práticas desenvolvidas pelo psicólogo e professores inseridos no contexto escolar, baseando essa análise nas importantes teorias de cunho educacional. Metodologia O presente trabalho de pesquisa foi realizado em uma escola pública da cidade de João Pessoa, a referida escola pública funciona nos períodos matutino e vespertino e por causa das eleições que solicitavam as salas com muita antecesdêcencia, estavam ministrando aula aos sábados para conseguir cumprir a carga horária de aulas. A pesquisa é caracterizada como qualitativa (Bardin, 2011). Participaram desta pesquisa na categoria de entrevistadas, dois professores e um psicólogo educacional, todos do sexo feminino atuando na instituição a mais de um ano, com projetos integrados. Adicionam-se a isso um número total de 13 alunos do terceiro ano, integrantes da turma observada pelos pesquisadores. Para realização das entrevistas semi-estruturadas, no processo de coleta das informações, foram utilizados dois roteiros indutores, um específico para os professores contendo oito questões, e o outro contento cinco questões norteadoras do discurso da psicóloga da referida escola. Resultados A análise da atuação do professor vai se basear nos seguintes aspectos: o desenvolvimento cognitivo pautado na interação com o meio, a importância das atividades grupais, as teorias que fundamentam a atividade do professor, e o atendimento as necessidades individuais dos alunos. Segundo o discurso da professora, que trabalha a seis anos na área de educação, e especificadamente nessa escola há um ano, diz se basear na teoria de Vigotski (2003), desde o início de sua atuação como professora. Na sua prática, ela promove diversas atividades como: a utilização do livro e caderno, atividades com painéis, mapas mentais. Ela diz que também realizou, uma vez, uma oficina sobre reconhecimento de reinos, a fim de que os alunos aprendessem a diferenciar os reinos: monera, vegetal e animal. Além dessas atividades, ela afirmou realizar atividades extraclasse, citando o exemplo de um trabalho realizado no DETRAN. Essas atividades, segundo a professora, são planejadas mensalmente com todos os professores que ensinam o 3º ano, e também, semanalmente, a diretora verifica, o plano de aula feito pelos professores. A entrevistanda relatou ainda que três vezes ao mês são realizadas atividades em grupo, e o grupo é mesclado em sua composição por crianças que tem muita dificuldade, com os que têm menos; como também, por crianças com bons comportamentos, e outras com o mau comportamento. Exemplificando um trabalho em grupo, realizado por ela em sala, ela fala novamente da atividade de diferenciação dos reinos. Para ela, a intervenção do professor é de grande importância, pois servirá como um mediador, de forma que esse construa junto ao aluno o conhecimento. Ela diz usar o método construtivista associado ao tradicional, porque acredita que o método construtivista, por si só, é muito lento. Diante disso, a professora acredita que atende as necessidades dos alunos parcialmente, pois acredita haver outros agravantes como as questões em casa, com a família. Durante o período de observação da aula realizado pelas pesquisadoras, a professora não propõe nenhuma atividade em grupo. Porém, fez uma revisão, sobre o tema Serviços Públicos, em que fez perguntas diretivas, e houve uma participação dos alunos nas respostas, de forma, que as crianças demonstraram ter entendido o assunto. Após a revisão, ela solicitou que os alunos copiassem a atividade do quadro. Em seguida, orientou a turma para que, assim que terminassem de copiar a atividade, expressassem em um desenho algum serviço público. Ela só permitiu que desenhassem aqueles que tivessem finalizado a cópia exposta no quadro. Para a atividade lúdica, a professora estimulou os alunos a fazerem individualmente, sem se importar com o erro. No entanto, as crianças trocam informações sobre os desenhos e se ajudam. O comportamento dessas crianças é muito importante, e Vigotski (2003) justifica isso dizendo que o desenvolvimento humano se dá por meio das trocas entre parceiros sociais, através de processos de interação e mediação, auxiliando no desenvolvimento da ZPD (Zona de Desenvolvimento Proximal) das mesmas, uma criança com mais capacidade e que compreendeu melhor o conteúdo ajudavam as outras que não haviam entendido muito bem sobre o que fora solicitado que desenhassem. De fato, foi percebido aspectos da abordagem construtivista quando se pôde observar o momento em que a professora revisa com os alunos o tema estudado. Ela interage, fazendo perguntas e permitindo que os alunos, de forma livre, respondam, demonstrando um caráter construtivista. No entanto, não foi observado uma maior coesão entre o dito e a prática profissional no momento em que ela incentiva os alunos a uma atividade individual, sem levar em consideração as mediações grupais, incentivadas pelo autor que ela disse se apoiar Vigotski (2003). Um fator importante a frisar é que o ambiente apresentava-se favorável à aprendizagem, com poucos alunos, permitindo uma atenção mais especifica. Porém, ainda assim, a professora acredita que só é possível atender ao aluno em parte. Além da pequena quantidade de alunos, a sala era bastante ventilada, com cadeiras confortáveis e uma boa iluminação. Com relação à análise da atuação do psicólogo educacional, esta tomou por base aspectos referente à formação profissional; atuação tipos de atividades desenvolvidas e com quais objetivos; teorias utilizadas pela psicóloga; queixas trazidas pelos professores e os procedimentos realizados diante destas; o trabalho realizado pelos e com os professores; relevância do papel do psicólogo para o sucesso da aprendizagem dos alunos e por último se existe alguma atividade realizada com o intuito de promover/ facilitar o desenvolvimento cognitivo do corpo discente. No primeiro ponto observado a psicóloga relatou que possui especialização em psicologia educacional pelo UNIPÊ, realizou seus estágios nas áreas hospitalar e educacional. E fundamenta sua prática nos teóricos Piaget e Vigotski (2003), mas principalmente Freud, pois ao trabalhar com os pais dos alunos procura saber como foi seu desenvolvimento sua história de vida desde a concepção aos dias atuais. Os tipos de atividades desenvolvidas por ela são: orientação e melhoramento; dinâmicas de relaxamento; atendimentos com pais, aluno e funcionários; palestras e oficinas de conscientização. Em relação aos atendimentos afirmou que: “Os atendimentos são individuais podendo ser em duplas dependendo da necessidade, com os pais geralmente é individual. Os objetivos do atendimento são as queixas em relação aos filhos, conselhos orientação.”(sic). Ainda referente ao tópico das atividades mencionou que “muitas vezes o problema está na família às crianças de periferia, que os pais não conseguem ter domínio dos filhos passam o dia inteiro trabalhando e isso se reflete no comportamento do aluno na escola” (sic.) Sobre as dinâmicas de relaxamentos disse que tinham a finalidade de diminuir a agressividade e estimular a integração entre os alunos. “Trabalho também com projetos palestras,dinâmicas de relaxamento, fiz um curso em relaxamento trabalho muito a dinâmica com os alunos, relaxamento com músicas, tapete no chão, quando a turma é grande eu divido, gosto de fazer porque ai a gente detecta algum problema e até para que se possa melhorar a interação, o comportamento entre eles, muitas vezes eles tem problemas de agressividade, violência” (sic.) Confrontando todas essas práticas com a teoria encontra-se que esses aspectos ora convergem ou divergem dois mencionados por Brito (2002), como pontos confluentes do papel do psicólogo educacional encontra-se: orientar em atividades que envolva a interação dos alunos em sala de aula a exemplo das oficinas e palestras realizadas; proporcionar aos professores, e a equipe pedagógica uma reflexão sobre a prática educativa ainda que defasada já que o trabalho mas focado nesse ponto ocorrem apenas aos sábados nas reuniões de planejamento pedagógico na qual a profissional seleciona algumas mensagens para reflexão, como relatado na entrevista em anexo; trabalhando em conjunto com aos pais e ou cuidadores; e procede encaminhamento de problemas provenientes das queixas escolares como o relatado a posteriori sobre a FUNAD. Já como pontos divergentes que não são praticados ou os que são praticados que não condiz com o que deveria ser feito encontra-se dar aulas de reforço para os alunos, isso deveria ser atribuído a outro profissional, ou poderiam ser criados grupos de estudos entre os próprios alunos e orientado por um professor; escuta sem proceder orientação junto aos funcionários seria mais eficaz um trabalho de aconselhamento ou de encaminhamento junto a outro profissional, poderia até se ver a possibilidade de realizar parcerias com clínicas de instituições de ensino superior; o tempo gasto com as dinâmicas de relaxamento deveriam ser mais bem aproveitados para um trabalho mais em conjunto com os professores dentro de sala de aula, para promover não só a integração entre os alunos e a diminuição da agressividade mais prioritariamente para desenvolver atividades voltadas para o desenvolvimento intelectual dos alunos, promovendo assim o aprendizagem dos mesmos. As queixas trazidas pelos professores citadas pela psicóloga versam sobre o comportamento dos alunos em sala de aula que não permitem que eles ministrem as disciplinas, as faltas, as notas baixas, e também trazem queixas sobre “os alunos não estão conseguindo acompanhar evoluir. muitas vezes tem um problema em casa que até o próprio professor não sabe o que é”. (sic.). Os procedimentos realizados por ela diante destas são trabalha-se conjuntamente com os pais, é enviado um comunicado para que eles venham até a escola, e depois quando chegam é trabalhado a história de vida dos alunos. Afirmou ainda que o trabalho realizado às vezes não surte muito efeito porque muitas vezes a psicóloga junto com a orientadora pedagógica tentam trabalhar com os alunos, mas a escola não tem mais um professor de reforço, que anteriormente os estudantes conseguiam vir fazer aulas de reforço duas vezes por semana, e hoje não mais isso dificulta o processo. Outro procedimento feito, quando necessário, é o encaminhamento para FUNAD ou para o Centro de Referências, isso acontece quando ela percebe que a criança tem problemas de hiperatividade, gagueira, audição, ou outros que impedem o aprendizado, ai é realizado um trabalho preventivo, pois afirma que o encaminhamento é justamente para se poder trabalhar em cima de um laudo que ela quanto psicóloga educacional não pode dar, ai sabendo o que o aluno tem ou não se trabalha com ele para melhorar seu aprendizado. Após esses encaminhamentos é solicitados dos pais esse feedback do acompanhamento junto a FUNAD, assim trabalha-se junto com os pais e é pedido o retorno das informações. No ponto sobre a atuação do psicólogo ela disse que o psicólogo pode contribuir para o sucesso do processo educativo com a realização de um trabalho integrado, juntamente com o orientador, a assistente social, e a supervisão. Um último aspecto analisado foi se a psicóloga tinha conhecimento, ou saberia informar em que se fundamentavam as práticas dos professores ao que ela respondeu que eles fazem uso do método tradicionalista juntamente com o método construtivista. Contudo não soube dizer em quais teóricos se fundamentavam, indagada sobre alguma atividade direcionada para o desenvolvimento cognitivo afirmou realizava as atividades de reforço e encaminhamento. Junto aos professores não disse bem apenas afirmou que junto aos funcionários e equipe técnica fornece o serviço de escuta e acha muito relevante para o bom andamento da instituição, pois quando eles têm a oportunidade de desabafar seus problemas alivia sua dor e eles conseguem trabalhar bem. Desse modo conclui-se que ainda necessita-se de uma formação acadêmica mais voltada para real compreensão do verdadeiro papel do psicólogo escolar, para que compreendendo com clareza quais suas funções e o que ele pode desenvolver no contexto escolar, possa realizar um trabalho que promova o como promotor do desenvolvimento educacional em todos os níveis da instituição. Considerações Finais Tendo em vista que a ação da escola não se limita a instrução, mas ao desenvolvimento da pessoa completa, torna-se imprescindível o papel do psicopedagogo e o psicólogo educacional, visto que eles devem procurar pautar seu trabalho em teorias que respaldem sua prática profissional. Almejando deste modo tornar o processo de aprendizagem mais efetivo e significativo tanto para o educando, como para todos os agentes envolvidos no contexto escolar. Procurando ainda resguardar sua prática na integração entre as dimensões afetiva, cognitiva e motora como afirma Wallon (1989) motivando os alunos mesmo diante das dificuldades de ordem emocional e comportamental que se traduzem em dificuldade de aprendizagem. Com tudo que foi visto a cerca dos principais teóricos, e da prática realizada pela psicóloga e a professora a pesquisa aponta que a prática ainda diverge da teoria mais que com os esforços da academia em preparar melhor esses profissionais juntamente com os esforços de toda equipe pedagógica para construir uma escola pública nota 10 como a instituição visitada, torna claro que é o esforço coletivo o fator responsável por um processo educativo de sucesso. Desse modo as pesquisadoras são felizes em concordar com Wallon (1989) quando este afirma que: “A eficácia da ação educativa se fundamenta no conhecimento da natureza da criança, de suas capacidades, necessidades, ou seja, no estudo psicológico da criança”. Isto já é revelador de como a nossa atuação pode contribuir e muito para o desenvolvimento potencial de uma aprendizagem mais significativa. Bibliografia Referências Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70. Correia, M. F. B., Lima, A. P. B. & Araújo, C. R. (2001). As contribuições da psicologia cognitiva e a atuação do psicólogo no contexto escolar. Psicologia: reflexão e critica. 14(3), 553-561. Selier, M. G.(1997). Piaget: O diálogo com a criança e o desenvolvimento do raciocínio. São Paulo: Scipione. Shaffer, David R. (2005). Psicologia do desenvolvimento: infância e adolescência. São Paulo: Thomson. Souza M.P.R. (2009). A atuação do psicólogo na rede pública de educação frente à demanda escolar: concepções, práticas e inovações. Brasil, Universidade de São Paulo, 1981-2566 Vigotski, L. S.(2003). Psicologia pedagógica. Porto Alegre: Artmed. Wallon, Henri. (1989). As origens do pensamento na criança. São Paulo: Manole. Wandsworth, B. J. (1999). A inteligência e afetividade da criança na teoria de Piaget. São Paulo: Pioneira. Ribeiro, C., Mendes, P.R. (2001). As contribuições de Piaget e Vigotski para a formação do professor (a) da educação infantil de 0 a 6 anos. Petrópolis: Vozes. Rego, T. C. (1999). Vigotski Uma perspectiva histórico-cultural. Petrópolis: Vozes. Martins, J. B. (2003). A atuação do psicólogo escolar: multirrederencialidade, implicação e escuta clínica: Maringá Departamento de Psicologia Social e Institucional. Universidade Estadual de Londrina. Publicado em 23/10/2012 14:20:00 Currículo(s) do(s) autor(es) Ana Carolina Q.de Paiva, Jaqueline G.Cavalcanti, Max Leandro de A. Brito, Maria Valéria P.de Araújo - (clique no nome para enviar um e-mail ao autor) - Ana Carolina Queiroz de Paiva – Psicóloga formada pela Universidade Federal da Paraíba – UFPB. Consultora em Recursos Humanos pela FUNPEC-UFRN. Jaqueline Gomes Cavalcanti – Graduanda em psicologia pela Universidade Federal da Paraíba – UFPB. Max Leandro de A. Brito - mestre em administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. Atua como docente do curso de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Maria Valéria Pereira de Araújo – Bacharel e mestre em administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, é Doutora em Administração pela Universidade Federal da Paraíba. Atua como docente dos cursos de Administração, Turismo e do Programa de Pós-Graduação em Turismo da UFRN.

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