quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

O que é dislexia

O que é dislexia?



A dislexia é uma dificuldade de leitura e escrita que pode afetar também a percepção dos sons da fala e se manifesta inicialmente durante a fase de alfabetização. É uma condição de aprendizagem de base genética, ou seja, tem natureza hereditária. Existem vários genes envolvidos nesta condição e pesquisadores no mundo todo estão trabalhando para identificar quais são esses genes.
A dislexia consta da Classificação Internacional de Doenças (CID) que descreve suas características e sintomas. Entretanto, o Instituto ABCD prefere abordá-la como um transtorno de aprendizagem persistente e inesperado, pois a criança não apresenta deficiências intelectuais nem sensoriais. As dificuldades podem ser minimizadas utilizando-se métodos pedagógicos alternativos, que se adaptam às dificuldades e necessidades da criança.

Estima-se que 4% da população brasileira tenham dislexia. Portanto são mais de 7 milhões de pessoas convivendo com o problema.
Se um dos pais tiver dislexia, obrigatoriamente os filhos também terão?

Não. A herança genética aumenta a tendência para desenvolver a dislexia, ou seja, é maior a probabilidade da criança apresentar o problema caso um dos pais seja portador. Mas, se ela tiver dislexia, vários fatores podem contribuir para atenuar ou reforçar os sinais, como o estímulo que ela tem em casa e o ambiente sócio-cultural, que pode oferecer a ela recursos para lidar com suas dificuldades. O ambiente vai moldar esta tendência genética. Por isso mesmo em gêmeos idênticos a manifestação pode ser diferente.
Quais são os sinais da dislexia?

Leitura com erros de reconhecimento das palavras, leitura não fluente de textos e com alteração de ritmo e entonação (por exemplo, leitura de sílaba por sílaba), dificuldade de compreensão de textos, escrita com erros de ortografia, inversão de letras e/ou sílabas, leitura e escrita com rendimento abaixo do esperado para a idade e a escolaridade. A intensidade dos sintomas varia caso a caso.
Como é feito o diagnóstico?

Ao ser identificada a dificuldade para o aprendizado da leitura e da escrita, a criança é encaminhada para a avaliação de uma equipe multidisciplinar composta, em geral, por um neuropediatra, um fonoaudiólogo e um psicólogo que farão as avaliações específicas. São aplicadas provas e testes para avaliar o nível de leitura, o vocabulário e habilidades específicas, como memória, atenção e velocidade de processamento.
Existem diferentes níveis de dislexia?

Sim. Atualmente, considera-se mais correto pensar em uma escala de desempenho contínuo que vai desde casos leves até os severos. Em casos leves, por exemplo, ocorrem alguns erros na escrita e a compreensão de texto é possível após algumas leituras. Já em casos graves, há pessoas que não conseguem ser alfabetizadas porque não conseguem ler ou escrever, mas, ainda assim, compreendem textos se alguém fizer a leitura para elas e conseguem fazer uma redação ditando para um digitador. De qualquer maneira, é importante fazer o diagnóstico correto, pois algumas dificuldades leves podem ser decorrentes de uma alfabetização mal feita.
Como é o tratamento?

Não há prescrição de medicamentos, e, sim, adaptações pedagógicas aliadas ao atendimento especializado. O tratamento varia de acordo com a dificuldade e a idade da criança ou do jovem. Algumas crianças conseguem se alfabetizar apesar das dificuldades, utilizando figuras e outros elementos visuais e contando com o estímulo dos pais e professores para melhorar a compreensão, por exemplo. Uma forma de fazer isso é conversar sobre o que foi apresentado, seja um filme, uma peça de teatro ou outro recurso. São coisas simples que podem ser feitas no dia a dia.

Algumas crianças não conseguem ler nem palavras isoladas e, nestes casos, é necessário desenvolver o conhecimento das letras, das sílabas e assim por diante. A resposta ao tratamento depende da condição geral da criança com dislexia, do estímulo que ela tem em casa e na escola, da motivação pessoal etc.
Quem é o profissional responsável pelo tratamento?

Dependendo da dificuldade da criança, ela pode precisar de acompanhamento especializado de um psicólogo, psicopedagogo ou fonoaudiólogo. Entretanto, o tratamento não acontece apenas no contexto da clínica. É necessário o envolvimento da família e dos professores para estimular continuamente a criança.
É possível prevenir a dislexia?

Por se tratar de uma doença genética, não é possível prevenir seu surgimento. Mas o diagnóstico precoce e a aplicação de atividades específicas podem minimizar os sintomas. Além disso, quanto antes o transtorno for diagnosticado, menor será a defasagem escolar e os impactos emocionais da criança com dislexia.
A dislexia pode vir acompanhada de outros transtornos?

Sim. A base genética comum favorece o surgimento de outros transtornos de aprendizagem, como a discalculia (dificuldade em aprender e manipular conceitos matemáticos), a disortografia (dificuldade no aprendizado e desenvolvimento da linguagem escrita expressiva), a dispraxia (que afeta a noção de espaço, coordenação e habilidade motora). O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) não é considerado um transtorno específico de aprendizagem, mas, pode afetar o desempenho escolar quando o grau de desatenção é grande, e neste caso o tratamento com medicamento pode ser recomendado. Quando há mais de um transtorno associado considera-se uma comorbidade.

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